Rute, a moabita: a estrangeira que se tornou filha

Rute era uma moabita, membro de um povo amaldiçoada. Ela nasceu e fora criada numa cultura pagã. Os sacerdotes de Moabe eram cruéis e serviam a uma variedade de deuses. Mas o deus mais temido de todos era Moloque. A estátua de Moloque era colocada em uma plataforma de pedras suspensas sob as quais grandes fogueiras podiam ser acesas. O colo de Moloque foi construído de tal forma que criancinhas eram colocadas em sua superfície em brasa, envoltas em um pano inclinado em sua barriga de fogo. Havia outro deus - na verdade, uma deusa da fertilidade que oferecia regeneração aos moabitas por meio da gratificação da luxúria com sacerdotisas prostitutas no templo.


Assim, era o contexto histórico da cultura pagã em que Rute cresceu, em uma terra amaldiçoada pela impureza e ferocidade de seus deuses. Esta é a mulher em torno da qual gira a história do livro de Rute. O relato conta como Rute conheceu o Deus vivo de Israel e como ela entrou na família de Deus por meio do ato redentor de um parente redentor. Se algum livro da Bíblia demonstra a graça incomparável de Deus e ilustra o plano divino de redenção, esse livro é Rute.


RUTE E A SOBERANIA DE DEUS

Muito antes de Rute saber algo sobre Deus, Deus sabia tudo sobre ela: seu nome, onde ela morava e seus pensamentos secretos. Muito antes de Rute saber qualquer coisa sobre Ele, Deus colocou em ação uma série de eventos destinados a colocá-la face a face com Boaz, o homem que se tornou seu parente redentor. É assim também com a nossa redenção. Muito antes de conhecê-lo, Deus trabalha para iniciar uma cadeia de circunstâncias que, no final, nos colocará face a face com Cristo.


Um dia uma família se mudou para a terra de Rute, uma família de crentes. Rute nunca havia conhecido alguém como Elimeleque, sua esposa Noemi e seus dois filhos. Com o passar do tempo, Rute conheceu bem essa família e até se casou com Malom, um dos filhos. Deles ela ouviu muitas conversas sobre as coisas de Deus, pois embora Elimeleque estivesse fora do lugar que Deus designou para o seu povo, ele adorava apena ao Deus de Israel. Rute descobriu um mundo de verdade com o qual ela nunca havia sonhado. Ela aprendeu sobre um Deus verdadeiro e vivo, um Deus bondoso, um Deus puro e santo, um Deus totalmente diferente dos deuses terríveis, lascivos e selvagens de seu povo.


Uma tragédia aconteceu; a morte visitou aquela casa. Houve três funerais, um após o outro. Elimeleque morreu. Malom morreu. Morreu seu irmão Quiliom, marido de Orfa, outra moça moabita. 


Nesse ponto, Rute pode ter ficado muito ressentida. Ela poderia ter se voltado contra Noemi e exclamado: "Se este é um exemplo do que o seu Deus de amor faz, nunca mais me fale sobre ele novamente". Rute poderia ter ficado amarga, como muitas pessoas ficam quando a morte invade um lar. Mas ela não caiu nessa armadilha do diabo. Deus é muito amoroso para ser cruel, muito sábio para cometer erros e muito poderoso para ser frustrado em Seus planos. A morte do marido de Rute fazia parte de Seu plano. Malom tinha que morrer porque não havia outra maneira de Rute conhecer Boaz como seu parente redentor. Portanto, a morte de Malom fazia parte da soberania dominante de Deus.


Rute teve uma crise quando Noemi anunciou que voltaria para Belém porque Deus havia "visitado Seu povo". Houve um avivamento, e Noemi decidiu que não habitaria mais em Moabe e partiu à Belém. Ela estava indo para casa para a comunhão do povo de Deus. Rute deve ter recebido esta notícia com considerável consternação porque a única luz que ela tinha "estava se apagando".


RUTE E A SALVAÇÃO DE DEUS

Rute e Orfa tomaram a mesma decisão. Eles iriam com Noemi. Parece que Rute e Orfa se converteram. Quando chegamos ao final da história, porém, descobrimos que não foi assim. Isso acontece milhares de vezes: sob o estresse de uma circunstância avassaladora, no calor de um culto festivo ou sob a insistência de um evangelista fiel, várias pessoas se apresentam, mas isso não significa que elas sejam salvas. Alguns podem fazer uma profissão de fé e dar os primeiros passos em direção à terra prometida, mas tudo o que temos nesses casos são respostas intelectuais ao Evangelho ou respostas emocionais aos apelos.


"Ao falarmos da Soberania de Deus, não defendemos o ensino da predestinação, como se fôssemos robôs. A soberania de Deus não anula a nossa responsabilidade, Deus respeita as nossas decisões".


Orfa voltou para Moabe, de volta para os deuses demoníacos de seu povo, de volta para seu antigo modo de vida, e de volta para uma eternidade perdida. Orfa aponta para todos aqueles cujas almas foram despertadas, mas que nunca se firmaram verdadeiramente em Cristo. Muitas pessoas voltam, sua fé não está apoiadas pelas evidências de seu viver (Mateus 13:3-23). Mas vamos olhar para Rute.


As duas viúvas (Noemi e Rute) chegaram a Belém e, como eram muito pobres, fixaram residência em algum lugar da cidade. Podemos imaginar que um dia Rute disse a Noemi: "Mãe, somos muito pobres. Preciso arrumar um emprego".


Noemi respondeu: "Temos segurança social em nosso país", e ela explicou como Rute poderia respigar no campo de colheita logo após os ceifeiros. Tudo o que ela colher ela poderia levar. O grão seria dela. Assim, observamos Rute seguir seu caminho pela aldeia à luz do amanhecer. Nós a vemos de pé nos campos de colheita, imaginando para onde ir. Nós a vemos escolher em uma parte do campo que pertence a Boaz. Que história isso nos conta sobre a soberania de Deus em ação para trazer essa alma que busca ao Salvador. Então Rute conheceu Boaz. Ele falou com ela gentilmente, acolheu-a em seu campo, satisfez sua sede e deu-lhe sua generosidade.


Podemos imaginar a cena depois daquele primeiro dia de respiga, quando Rute chegou em casa com a grande pilha de grãos que Boaz lhe dera. Naomi tinha visto respigadores muitas vezes em sua vida, mas nunca os vira voltar para casa com uma quantia como aquela. 

"Qual é o nome dele?" Naomi pode ter perguntado então. Rute diz: "Seu nome é Boaz".


Então a luz raiou sobre Noemi; ela viu qual deveria ser o próximo passo. "Ele é um parente próximo", disse ela a Ruth. "Ele é a única pessoa no mundo que pode redimir você e colocá-lo na família do povo de Deus. Você deve ir até ele. Coloque-se aos pés dele. Peça a ele para redimir você. Peça a ele em casamento. Peça a ele para fazer você dele." Ruth não deu desculpas e fez exatamente isso.


Assim, Orfa permaneceu perdida no escuro e pagã em Moabe, enquanto Rute se casou com um príncipe da casa de Judá, tornou-se co-herdeira de seu redentor e viveu feliz com ele.


Esta história de Rute pode ser repetida na vida de qualquer que pessoa que se encontra perdido, em arrependimento e fé, o Redentor está de braços abertos para te receber - seu Nome é Jesus, o redentor de nossas almas!

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