
Entre esses reis, Jeú destacou-se inicialmente como alguém que parecia romper com esse ciclo. Ele foi o instrumento de Deus para executar juízo sobre a casa de Acabe, eliminando o culto a Baal em Israel (2Rs 10.28). Apesar desse começo promissor, Jeú também falhou em permanecer plenamente fiel ao Senhor, como veremos.
A Unção de Jeú
Deus comissionou o profeta Elias para ungir Jeú como rei sobre Israel (1Rs 19.16). No entanto, Elias não realizou essa tarefa antes de ser arrebatado aos céus (2Rs 2.11). Coube ao profeta Eliseu, seu sucessor, cumprir essa missão, enviando um dos discípulos dos profetas para ungir Jeú em Ramote-Gileade (2Rs 9.1-6). Na ocasião, Jeú era comandante do exército de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel.
A unção teve um propósito claro: cumprir o juízo divino contra a casa de Acabe por causa de sua idolatria e crimes, especialmente os promovidos por Jezabel, sua esposa (2Rs 9.7-10). Jeú aceitou imediatamente sua vocação e, com zelo, iniciou a limpeza da nação, eliminando os descendentes de Acabe, Jezabel, e os adoradores de Baal (2Rs 9–10).
O Reinado de Jeú
Jeú reinou sobre Israel por 28 anos (c. 841–813 a.C.; 2Rs 10.36). Seu reinado começou com grande energia reformadora, eliminando os profetas de Baal e destruindo o templo dedicado a essa divindade (2Rs 10.18-28). Deus reconheceu esse zelo, dizendo:
"Porquanto bem executaste o que era reto perante mim... teus filhos até a quarta geração se assentarão no trono de Israel" (2Rs 10.30).
Com isso, Jeú tornou-se o fundador da dinastia mais duradoura de Israel depois de Jeroboão. Seus descendentes que reinaram foram: Jeoacaz, Jeoás, Jeroboão II e Zacarias (2Rs 13.1,10; 14.23; 15.8), conforme prometido pelo Senhor.
As Falhas de Jeú
Apesar de seu início promissor, Jeú não rompeu totalmente com os pecados de Jeroboão, o primeiro rei do Reino do Norte. Ele continuou permitindo o culto aos bezerros de ouro em Betel e Dã — uma prática idolátrica que havia sido instituída para evitar que o povo fosse a Jerusalém adorar (2Rs 10.29).
A Palavra de Deus registra sua falha com clareza:
"Mas Jeú não teve cuidado de andar de todo o seu coração na lei do SENHOR, Deus de Israel, nem se apartou dos pecados que Jeroboão fez pecar a Israel" (2Rs 10.31).
Enquanto Davi, apesar de seus erros, buscou sinceramente o arrependimento e o coração de Deus (2Sm 12.13; Sl 51), Jeú não demonstrou esse mesmo quebrantamento. Sua fidelidade foi parcial, e sua reforma incompleta. Ele agiu com justiça em nome do Senhor, mas não se entregou totalmente ao Senhor da justiça.
Conclusão
Jeú é uma figura complexa. Foi levantado por Deus, ungido com propósito, e realizou grande parte da missão divina com coragem e determinação. Sua obediência parcial, porém, impediu que ele se tornasse um rei segundo o coração de Deus, como Davi foi (At 13.22).
Mesmo assim, o Senhor, em Sua fidelidade, honrou a parte da missão que Jeú cumpriu e o recompensou com uma linhagem real duradoura. A vida de Jeú nos ensina que zelo pela obra de Deus não substitui um coração totalmente rendido a Ele. Deus deseja não apenas nossas ações corretas, mas também um coração sincero e obediente.
muito bom esse estudo .
ResponderExcluirVale a apena ler !
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