Ana, mãe de Samuel: Uma história de fé, perseverança e entrega

A história de Ana, mãe do profeta Samuel, é uma das mais tocantes da Bíblia. Sua vida é marcada pela dor da infertilidade, pela humilhação, mas também por uma fé inabalável, que a levou a viver uma das maiores viradas espirituais do Antigo Testamento.

Contexto Histórico e Familiar

A história de Ana está registrada no livro de 1 Samuel, capítulos 1 e 2. Ela vivia no tempo dos juízes, período de instabilidade moral e espiritual em Israel (Juízes 21:25). Era casada com um homem levita chamado Elcana, da região montanhosa de Efraim (1 Sm 1:1), e compartilhava o lar com Penina, sua rival, com quem Elcana também era casado.

Naquela época, a esterilidade era vista como um sinal de vergonha, quase como um castigo divino. A Bíblia afirma:

“Porém o Senhor lhe tinha cerrado a madre.” (1 Sm 1:5)

A Dor da Esterilidade e a Perseguição de Penina

Penina, por ter filhos, zombava constantemente de Ana, provocando-a com desprezo (1 Sm 1:6-7). Isso causava grande aflição à alma de Ana, mesmo sendo amada por Elcana, que procurava consolá-la:

“Por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1 Sm 1:8)

Mas o coração de Ana ansiava pelo milagre da maternidade. Ela não se conformava em viver sem experimentar a alegria de gerar uma vida.

O Voto de Ana no Templo

Em uma das viagens anuais ao tabernáculo em Siló, onde Israel adorava ao Senhor, Ana se derramou diante de Deus em oração. Em lágrimas, ela fez um voto solene:

“Senhor dos Exércitos... se benignamente atentares para a aflição da tua serva... e deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.” (1 Sm 1:11)

Sua oração foi tão intensa que o sacerdote Eli pensou que ela estivesse embriagada. Mas, ao perceber que ela estava em agonia de alma, Eli lhe disse:

“Vai em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.” (1 Sm 1:17)

O Nascimento de Samuel – A Resposta Divina

Deus ouviu a oração de Ana. Ela concebeu e deu à luz um menino, a quem chamou de Samuel, que significa “pedido a Deus” (1 Sm 1:20).

Ana não esqueceu sua promessa. Quando Samuel foi desmamado, ela o levou ao templo para ser consagrado ao Senhor:

“Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a minha petição... Pelo que também ao Senhor eu o entreguei, por todos os dias que viver.” (1 Sm 1:27-28)

O Cântico de Ana – Um Hino de Exaltação ao Senhor

Ao entregar Samuel no templo, Ana não chorou de tristeza, mas adorou com um dos mais belos cânticos de toda a Bíblia, exaltando a soberania de Deus:

“O meu coração exulta no Senhor... O Senhor é o que empobrece e enriquece; abaixa e também exalta.” (1 Sm 2:1-10)

Este cântico é considerado profético e tem paralelos com o cântico de Maria (o Magnificat) no Novo Testamento (Lc 1:46-55).

Uma Mulher Recompensada

O Senhor não apenas atendeu ao pedido de Ana, mas a recompensou com abundância. Ela teve outros cinco filhos — três meninos e duas meninas (1 Sm 2:21). E Samuel, seu primogênito, se tornou o último juiz de Israel, profeta, e o homem que ungiria os dois primeiros reis da nação: Saul e Davi.

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