O nome "Sabá" é muitas vezes associado à região histórica da Arábia, que era conhecida por sua riqueza, especialmente em ouro, incenso e especiarias. O nome "Sabá" pode estar relacionado à palavra hebraica "sheba", que significa "sete". O significado exato do nome não é claro, mas a Rainha de Sabá é tradicionalmente vista como uma mulher poderosa e rica que governava uma região distante, possivelmente na Península Arábica, e que viajou para encontrar Salomão para testar sua sabedoria e oferecer presentes luxuosos.
A Rainha de Sabá na Bíblia
A história da Rainha de Sabá ficou conhecida na Bíblia por causa de sua visita ao rei Salomão (1 Reis 10:1-13). Segundo o relato bíblico, a Rainha de Sabá viajou mais de dois mil quilômetros de camelo para visitar Salomão, motivada por ter ouvido falar da fama do rei (1 Reis 10:1). Ela desejava testar a sabedoria de Salomão para verificar se as histórias sobre ele eram verdadeiras.
O texto bíblico informa que a rainha expôs a Salomão todas as perguntas que tinha em mente, e Salomão não deixou nenhuma delas sem resposta. No final, a rainha de Sabá descobriu que a sabedoria, fama e prosperidade de Salomão superavam em muito o que ela havia ouvido (1 Reis 10:2-3).
A Rainha de Sabá também reconheceu a relação entre a fama de Salomão e o Deus de Israel, glorificando ao Senhor e reconhecendo que Salomão contava com a aprovação divina para ocupar o trono de Israel (1 Reis 10:9).
Ela também trouxe consigo presentes luxuosos para Salomão, incluindo grandes quantidades de ouro, especiarias e pedras preciosas (1 Reis 10:10). O rei Salomão retribuiu a generosidade da Rainha de Sabá, mas os detalhes específicos dos presentes não são fornecidos no texto bíblico (1 Reis 10:13).
A Rainha de Sabá: História e Contexto
O reino de Sabá era o nome árabe que designava a parte sul de um antigo estado que ficava na ponta sudoeste da península Arábica. Essa região corresponde à parte do território do moderno Iêmen.
Embora não seja possível determinar com exatidão a origem do povo de Sabá, os sabeus ou sabaeanos, como são chamados, são mencionados com certa frequência no Antigo Testamento (cf. Jó 6:19; Salmo 72:10,15; Isaías 60:6; Jeremias 6:20; Ezequiel 27:22,23; 38:13).
A visita da Rainha de Sabá a Salomão também pode ter tido razões comerciais, uma vez que o rei Salomão era um grande comerciante e tinha muitos negócios que envolviam a península Arábica (1 Reis 10:15).
*Etiópia ou Arábia?
O debate sobre a origem da Rainha de Sabá persiste há séculos, e não há evidências arqueológicas ou históricas concretas que apoiem sua existência fora dos textos religiosos. A Etiópia reivindica a Rainha de Sabá como parte de sua história, identificando-a como governante do Reino de Axum. No entanto, Axum não existia durante o reinado de Salomão, e a reivindicação de que a rainha era etíope é contestada devido a essa incongruência cronológica.
É possível que a Rainha de Sabá tenha sido uma governante sabeia do antigo reino de D'mt, que floresceu no sul da Arábia entre os séculos 10 e 5 a.C. A influência sabeia em D'mt é evidente em elementos culturais e linguísticos, sugerindo uma interação próxima entre os dois reinos. A proximidade geográfica de Saba, um centro comercial nas Rotas do Incenso no sul da Arábia, tornaria plausível a presença de relações amistosas entre os dois reinos.
A rainha na literatura extra-Bíblica
Além da narrativa bíblica, a história da Rainha de Sabá foi reinterpretada e expandida em obras posteriores, incluindo o Targum Sheni aramaico, o Alcorão e o Kebra Negast etíope.
O Targum Sheni, datado entre os séculos IV e XI d.C., apresenta uma versão da história que enfatiza a sabedoria de Salomão, incluindo a capacidade de compreender a linguagem das criaturas. Nesta versão, a rainha é convidada para um grande banquete por Salomão, onde sua sabedoria é demonstrada. Esta obra é uma forma de midrash, que envolve comentários e interpretações das escrituras.
No Alcorão, a rainha é chamada de Bilqis e governa o reino de Sabá. A história difere da narrativa bíblica, com Salomão sendo informado por um pássaro sobre o reino de Sabá e a adoração ao sol. Salomão envia uma carta à rainha, convidando-a a visitá-lo e aceitar a fé em seu Deus. A história culmina com a rainha se convertendo ao Deus de Salomão.
O Kebra Negast etíope expande a história da Rainha de Sabá, apresentando-a como Makeda, governante da Etiópia. Após visitar Salomão, ela se converte ao judaísmo, e a história segue com o nascimento de seu filho Menilek. Menilek eventualmente retorna à Etiópia com a Arca da Aliança, um elemento lendário na tradição etíope.
Conclusão
A Rainha de Sabá continua a ser uma figura enigmática, cuja existência real é debatida e incerta. A narrativa bíblica serve como a base para versões posteriores da história, cada uma com suas interpretações e adições. A origem da rainha, seja na Etiópia ou na Arábia, permanece em disputa, mas sua lenda perdura e continua a inspirar a literatura e a arte ao longo da história. A história da Rainha de Sabá é um exemplo da capacidade duradoura das narrativas religiosas de influenciar e enriquecer a cultura e a tradição.
Postar um comentário
Nosso compromisso é transformar cada artigo em uma fonte de inspiração. Durante o último ano, nosso site cresceu exponencialmente, e agora estamos dedicados a superar suas expectativas com conteúdo de excelência. Caso identifique qualquer erro teológico, informacional ou doutrinário, sua voz é fundamental. Deixe seu comentário abaixo, e nós agiremos imediatamente para aprimorar ainda mais os nossos conteúdos.