José, o pai legal de Jesus Cristo por adoção

José foi o pai adotivo do nosso Senhor Jesus. Ele era um carpinteiro que morava em Nazaré na Galileia. Os evangelistas são muito sucintos em seus comentários a respeito dele. Assim, o discreto olhar que nos permite lançar sobre o noivo de Maria nos dois primeiros capítulos de Mateus nos informa acerca de um homem possuidor de um carácter exemplar. Ele é mencionado pela última vez em conexão com a viagem a Jerusalém, quando Jesus tinha doze anos de idade. É provável que ele tenha morrido antes de Jesus entrar em seu ministério público.


José não viu seu filho adulto, sua morte e sua ressurreição, e provavelmente morreu quando Jesus tinha entre 12 e 30 anos de idade. Não há registro no Novo Testamento de uma só palavra que José teria dito. Ele não foi predito no Antigo Testamento e até as ordens de Deus foram dadas por anjos ou através de sonhos, mas José teve o privilégio único de ser pai (no sentido da paternidade humana) de Jesus Cristo. Pouco pode fazer um pai no nascimento de um filho. Apoiar, cortar o cordão, observar de fora, a cena é toda da mãe. Mas, nos momentos que se seguem, nos anos da infância e da adolescência, a presença, os gestos, as atitudes, as palavras do marido e do pai são fundamentais para a estruturação, a proteção e a integridade física e emocional da família.


Sabemos que a ausência da figura paterna gera transtornos e famílias disfuncionais. Não foi assim na família de José, ele estava presente. Ele foi um dos instrumentos de Deus na formação de Jesus Cristo. Sabemos que Jesus aprendeu diretamente do Espírito e das Escrituras, mas certamente também aprendeu do exemplo do seu pai José.

Linhagem Real

Ele era da tribo de Judá, e em particular um descendente direto do Rei Davi (Mat. 1:20). Isso poderia dizer que ele, pelo menos em algum grau, tinha o direito legal ao trono. Consequentemente, qualquer um dos seus descendentes, inclusive Jesus por adoção, teria esse mesmo dinheiro.

A despeito da sua linhagem real, as escrituras nos contam que José era um carpinteiro ou artesão por profissão.

José possuía  um entendimento profundo das escrituras por causa da sua maneira fiel e obedecer à lei.

Costumes da época

O noivado naquela época era mais importante do que hoje. Acordo público entre duas famílias. Aspecto familiar, legal que selava de maneira definitiva o compromisso entre dois jovens. José descobre que Maria está grávida sem que ele a houvesse tocado. Estava grávida “de outro”! Isso configurava adultério e a dureza da lei mandava apedrejar.

José, sem saber do anúncio dos anjos, da concepção virginal pelo Espírito Santo, sem ainda ter conversado com Maria, no seu coração terno e bondoso, não queria vingança, mas decide proteger a reputação e a vida daquela a quem ama. Quantos de nós faríamos o mesmo?

José poderia crer que Maria se relacionou com outro na véspera de seu casamento, mas no lugar de vingar a possível traição, no lugar de se refugiar em sua ferida exigindo a reparação, ele resolve deixá-la secretamente, abre mão de sua prerrogativa de noivo, não acusa nem se vinga. José é uma expressão da graça de Deus. Esta atitude certamente influenciaria Jesus nos próximos anos: a atitude de um pai que, ao invés de agressividade e vingança, buscava maneiras de fazer o bem e abençoar as pessoas que amava, mesmo quando ferido por elas.

Como somos na qualidade de maridos e pais? Muitas esposas e filhos vivem no temor de fazer algo errado, algo que possa despertar a violência e o desprezo de seus maridos e pais. Com medo de errar, tornam-se previsíveis, sem criatividade, não arriscam, são reprimidos, enterrando seu potencial. Homens que lidam com o erro da mulher e dos filhos na ótica da bronca e da cara feia.

José tinha um coração bondoso, abençoador e protetor

Tão logo José soube do plano de Deus, ele se casou com Maria, preservando-a de qualquer acusação e assumindo publicamente o filho como dele. Ele adotou Jesus. Ele protegeu Maria na viagem da Galileia para Belém. Noventa quilômetros, subida íngreme com a mulher grávida de nove meses.

Ele protegeu Maria e Jesus da insanidade homicida de Herodes, exilando-se com os dois no Egito. Proteção e provisão numa longa viagem e na instalação em uma terra estranha. José os levou de volta a Nazaré, sãos e salvos. Ele proveu um lar e, com seu ofício de carpinteiro, sustentou a sua família, inclusive os outros filhos que teve com Maria.

Uma das tragédias de nosso tempo é a da ausência paterna. Muitos filhos crescem órfãos de pais vivos, criados basicamente pela mãe. Pouco contato prolongado, significativo e afetivo entre pais e filhos. José ofereceu presença, proteção, provisão e afeto à sua família. Esse foi seu chamado e vocação como homem.

O impacto de José sobre a sua família, na vida de Jesus e na história não é pelo que ele falou, sua linguagem, persuasão, pregação, liderança religiosa, prestígio, poder, mas pelo que viveu. Lemos nos Evangelhos que, já conhecido e com certa notoriedade, Jesus volta a Nazaré sua cidade natal e o povo pergunta: “Não é este o filho do carpinteiro?”. Apesar de não crerem em Cristo, eles reconheceram que Jesus era filho do quieto e discreto carpinteiro da aldeia.

A tradição cristã representa Maria como viúva durante o ministério adulto de seu filho. José não é mencionado como presente no casamento em Caná no início da missão de Jesus, nem na paixão no final. Se ele estivesse presente na Crucificação, ele teria sob o costume judeu ter-se encarregado do corpo de Jesus, mas esse papel é realizado por José de Arimatéia. Nem Jesus teria confiado a sua mãe aos cuidados de João o Apóstolo se seu marido estivesse vivo.


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