Asa, um líder que deixou de confiar em Deus

Existem inúmeras lições que podemos aprender quando estudamos certos indivíduos bem conhecidos do Antigo Testamento e os acontecimentos que influenciaram suas vidas. Na primeira carta aos Coríntios, no capítulo 10, o Apóstolo Paulo refere-se a vários incidentes que ocorreram no Antigo Testamento e ressalta que eles foram registrados para nossa instrução e admoestação. Por exemplo, observe o versículo 6: “Essas coisas ocorreram como exemplos para nós”, e o versículo 11 “Essas coisas que aconteceram a eles nos servem como exemplo. Foram escritas como advertência para nós, que vivemos no fim dos tempos" Examinemos um exemplo e observemos que lições importantes podemos descobrir sobre a vida de um rei de Judá.

Ao contrário de muitos reis antes dele, o rei Asa começou seu reinado com uma nota positiva. Está registrado que “E Asa fez o que era bom e reto aos olhos do Senhor seu Deus” (2 Crônicas 14:2). Ele removeu os altares de deuses estrangeiros e locais de culto pagão (versículos 3, 5). Além disso, ele encorajou os habitantes de Judá a buscarem a Deus e a guardarem Suas leis e mandamentos (versículo 4).

A orientação de Deus na vida de Asa

Estas ações agradaram a Deus e, como consequência, a nação desfrutou de paz durante dez anos (versículos 1, 6). Mas após este período de tranquilidade, o Rei Asa enfrentou um dos seus testes mais desafiadores. Zerá, o etíope, marchou para Judá com um imenso exército de um milhão de homens e trezentos carros (versículo 9). Asa clamou a Deus rogando-Lhe por ajuda: "Ó Senhor, ninguém além de ti pode ajudar os fracos contra os poderosos! Ajuda-nos, ó Senhor, nosso Deus, pois em ti confiamos. Em teu nome enfrentamos esse exército imenso. Ó Senhor, tu és nosso Deus; não permitas que simples homens prevaleçam contra ti” (versículo 11).

É evidente que Asa era um líder que confiava em Deus e em Seu poder para intervir sobrenaturalmente em favor do povo de Judá. Como resultado, Deus deu a Asa uma vitória retumbante (versículo 13). Após a batalha, Deus enviou Seu profeta Azarias ao encontro do Rei vitorioso e para transmitir-lhe uma mensagem importante. Em um dos versículos mais conhecidos da Bíblia, o profeta deu esta mensagem de Deus: "Ouvi-me, Asa, e todo o Judá e Benjamim: O Senhor está convosco, enquanto vós estais com ele, e, se o buscardes, o achareis; porém, se o deixardes, vos deixará" (2 Crônicas 15:2).

Novamente Asa e o povo responderam de forma positiva e fizeram uma aliança com Deus, “para buscarem o Senhor Deus de seus pais, com todo o seu coração, e com toda a sua alma” (versículo 12). Os habitantes de Judá reagiram com entusiasmo e confirmaram o desejo de seguir o bom exemplo do seu rei (versículo 15). Essa atitude e desejo de agradar a Deus e buscá-Lo de todo o coração resultou em muitas bênçãos para o Rei Asa e seu povo. E assim o reino de Judá desfrutou de muitos anos de paz e prosperidade (versículo 19).

Lições para nossas vidas

Quando nossos caminhos agradam a Deus, Ele nos abençoa de muitas maneiras. É um princípio vivo e dinâmico: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós” (Tiago 4:8). Asa, durante 35 anos, esforçou-se para agradar a Deus na maneira como conduzia sua própria vida e os assuntos de seu reino. Ele estava ciente de seu total desamparo sem a proteção de Deus e, de Sua parte, o Eterno era um socorro sempre presente em momentos de angústico. Chegamos agora aos últimos anos da vida de Asa.

Últimos anos de Asa

O relato bíblico continua depois de 35 anos de um reinado produtivo e bem-sucedido. Então ocorreu um evento que teve um grande impacto na vida do rei de Judá. Como resultado das ameaças hostis contra Judá por parte de Baasa, rei do vizinho Israel, Asa buscou uma aliança militar com Ben-Hadade, rei da Síria. A fim de garantir sua proteção e apoio, ele entregou ao rei sírio presentes de tesouros preciosos da casa de Deus. Como resultado da ajuda extra dos sírios, o rei de Israel foi forçado a abandonar os seus planos militantes (2 Crónicas 16:1-6).

No entanto, as decisões precipitadas e imprudentes de Asa não agradaram a Deus. Como resultado, o profeta Hanani, foi enviado para confrontar Asa. Ele condenou veementemente o rei por confiar na proteção dos sírios e não em Deus (versículo 7), e lembrou Asa da época em que Ele interveio pela nação de Judá e derrotou o poder do exército etíope (versículo 8). O profeta Hanani terminou sua admoestação apontando a Asa que sua conduta havia sido tola e que "de agora em diante, haverá guerras contra ele" (versículo 9).

Os erros de Asa

Em vez de reconhecer a sua culpa, a reação de Asa à admoestação de Deus foi de raiva e hostilidade. Num excesso de ira, ele lançou Hanani na prisão (versículo 10). Mas a sua indignação e ressentimento não terminaram aí. No versículo 10 nos é dito que “Asa também começou a oprimir duramente alguns do povo”. A Bíblia não nos diz por que ou quem eles eram, mas é possível que fossem amigos ou conselheiros que tentavam mostrar a Asa o erro dos seus caminhos. Seja qual for o motivo, Asa agiu de forma irresponsável e estava em vias de manchar a reputação exemplar que havia desenvolvido como um rei temente a Deus.

Três anos depois, Asa caiu novamente na mesma armadilha de confiar mais nos homens do que em Deus. Segunda Crônicas 16:12 declara: "No trigésimo nono ano de seu reinado, Asa foi atacado por uma doença nos pés. Embora a doença fosse muito grave, ele não buscou a ajuda do Senhor, mas só dos médicos." O rei não aprendeu a lição com a experiência de três anos antes. Ele cometeu o erro de confiar nos médicos para a cura – excluindo a Deus. Asa foi condenado por ignorar a Deus, não necessariamente porque foi ao médico. Onde estavam a fé e a confiança que Asa demonstrou anteriormente em Deus? Durante dois anos, Asa sofreu desta doença, mas não havia indicação de que ele se arrependesse de seus erros. Em vez disso, o versículo 13 apenas declara: “Então, no quadragésimo primeiro ano de seu reinado, morreu e se reuniu a seus antepassados”.

Qual a conclusão desta história?

É trágico que Asa, depois de 35 anos vivendo uma vida justa e correta, tenha caído em desgraça “na sua velhice” (1 Reis 15:23). Gravada nas páginas de nossas Bíblias está a vida de Asa, rei de Judá, que em seus últimos anos falhou em nutrir e manter o relacionamento maravilhoso que existia entre ele e Deus. Mesmo assim, Deus lhe deu mais seis anos para reconhecer suas transgressões e mudar. É triste e lamentável que o relato bíblico não indique que Asa alguma vez o fez.

Existem repetidas advertências na Palavra de Deus sobre perseverar e permanecer comprometido com Deus e com sua palavra até o fim (Mateus 24:13). O rei Asa é um exemplo de indivíduo que, embora justo durante a maior parte de sua vida, falhou em perseverar e servir a Deus fielmente até sua morte. Em Hebreus, capítulo 3, versículo 6, somos encorajados a nos “manter corajosos e firmes em nossa esperança gloriosa”. E em Hebreus 10:38-39 os estudantes da Bíblia são admoestados: "Ora, o justo viverá pela fé; mas se recuar, a minha alma não tem prazer nele. Mas nós não somos daqueles que recuam para a perdição [ destruição], mas daqueles que crêem para a salvação da alma." Não há razão para que alguém não deva manter o foco e com paciência completar a correira que ainda tem pela frente (Hebreus 12:1).

Às vezes os obstáculos parecem esmagadores e podemos ser tentados a desistir. Há ainda aquelas pessoas que estão conosco até serem contrariadas. Outras vezes permitimos que as preocupações desta vida obscureçam a visão da incrível recompensa prometida a cada um de nós. Observe Hebreus 2:1: “Portanto, precisamos prestar muita atenção às verdades que temos ouvido, para não nos desviarmos delas”. Iremos “afastar-nos” como Asa e “negligenciar tão grande salvação”? A escolha é nossa, mas se fizermos a nossa parte, as promessas de Deus permanecerão firmes e inabaláveis: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1:6).

Anos atrás, um amigo me deu este conselho valioso: O que importa não é quantas tempestades enfrentamos e quanto sucesso obtemos na vida, mas se levamos o navio em segurança para o porto. Não desista, mantenha o rumo, termine a corrida, persevere até o fim. Lembre-se de Asa.

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