
Obviamente havia uma estreita amizade entre Maria, seu irmão Lázaro, sua irmã Marta e Jesus. Em Lucas 10, a irmã de Maria, Marta, abriu sua casa para Jesus. Lucas registrou que Maria “assentou-se aos pés do Senhor e ouvia a sua palavra” (Lucas 10:39). Sentar-se aos pés de um rabino é a expressão hebraica de como os discípulos foram formalmente treinados (cf. Atos 22:3). Maria estava aprendendo com Jesus de uma maneira normalmente reservada aos homens. Quando Marta protestou se o mestre não se incomodava em ela servir sozinha, enquanto sua irmã ficou sentada aos seus pés, Jesus respondeu: “Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (Lucas 10:42). Jesus defendeu a escolha de Maria de estar na presença do seu Senhor e o seu direito de aprender diretamente com Ele ao lado dos outros discípulos.
Algum tempo depois, Lázaro, irmão de Maria, adoeceu e as irmãs enviaram uma mensagem a Jesus dizendo: “Senhor, aquele a quem amas está doente” (João 11:3). A Bíblia afirma que “Jesus amava Marta, e sua irmã, e Lázaro” (João 11:5). Portanto, a essa altura, uma intimidade já havia sido estabelecida entre os quatro. E ainda assim, Jesus ficou onde estava mais dois dias e Lázaro morreu. Jesus sabia que “esta doença não era para a morte, mas, para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (João 11:4). Quando Jesus finalmente chegou a Betânia, Marta saiu ao seu encontro. Após sua conversa com Jesus, ela relatou a Maria: “O Mestre está aqui e está chamando você” (João 11:28). “E quando ela ouviu isso, levantou-se rapidamente e foi até ele” (João 11:29). Maria, mesmo em sua dor, “Quando chegou onde Jesus estava e o viu, caiu aos seus pés, dizendo-lhe: ‘Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido’” (João 11:32). Ela trouxe sua tristeza a Jesus enquanto ainda afirmava sua fé em Sua capacidade. "Quando Jesus a viu chorando, e os judeus que tinham vindo com ela também chorando, ele ficou profundamente comovido e muito perturbado... Jesus chorou" (João 11:33,35). O sofrimento de Maria levou Jesus às lágrimas. Mesmo sabendo que estava prestes a ressuscitar Lázaro dentre os mortos, Jesus ainda reservou um tempo para chorar com Maria. A compaixão e o amor que Jesus tinha por Maria são evidentes. A ressurreição de Lázaro certamente só teria aumentado a fé já inabalável de Maria.
Durante a semana anterior à morte de Jesus, os evangelhos de Mateus, Marcos e João registram o que parecem ser duas "unções" separadas de Jesus. Lucas registra uma unção diferente que aconteceu anteriormente no ministério de Jesus (Lucas 7:36–50). João registra o relato de Maria de Betânia ungindo os pés de Jesus seis dias antes da Páscoa. Ele escreve: “Seis dias antes da Páscoa Jesus chegou a Betânia, onde vivia Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos. Ali prepararam um jantar para Jesus. Marta servia, enquanto Lázaro estava à mesa com ele. Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume" (João 12:1-3). Maria humilhou-se ao soltar o cabelo em público e realizou um ato de serviço. Poucos dias depois, o próprio Jesus enxugaria os pés dos Seus discípulos, ensinando-os a servir uns aos outros, enquanto provavelmente ainda cheirava o perfume com que Maria O havia ungido (João 13).
Judas, que trairia Jesus, reclamou que o ungüento deveria ter sido vendido e o dinheiro dado aos pobres. Mas a sua preocupação não era realmente com os pobres; como tesoureiro do colegiado dos apóstolos, ele roubava os recursos deles para si mesmo (João 12:6). Jesus defendeu Maria, dizendo: “Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; Porque os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes" (João 12:7–8). Queixas e defesas semelhantes ocorreram no incidente registrado por Marcos e Mateus, quando uma mulher anônima ungiu a cabeça de Jesus dois dias antes da Páscoa na casa de Simão, o leproso (Mateus 26:6–13; Marcos 14:3–9). Jesus defendeu aquela mulher dizendo: "Deixai-a, por que a molestais? Ela fez-me boa obra.. (…) Esta fez o que podia; antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura" (Marcos 14:6,8). Parece que Maria de Betânia e esta outra mulher sabiam que a morte de Jesus era iminente. Ele havia dito claramente aos seus discípulos que era, então faz sentido que Maria de Betânia (Mateus 16:21; Marcos 10:32–34) e a outra mulher derramaram um perfume caro, investindo um tesouro valioso em Jesus e na obra que Ele estava prestes a realizar.
Maria de Betânia mostrou sua fé em Jesus ouvindo Seus ensinamentos, trazendo-Lhe suas emoções e realizando um humilde ato de adoração. Que possamos aprender a amar e servir o nosso Salvador com este mesmo sentimento de renúncia de amor.
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