Barrabás, o retrato da humanidade sem Cristo

Barrabás é uma das figuras mais enigmáticas do Novo Testamento. Seu nome, de origem aramaica, “Bar-Abbas”, significa "filho do pai", o que, de forma irônica e simbólica, contrasta fortemente com Jesus, o verdadeiro Filho do Pai Celestial. A história de Barrabás aparece em todos os quatro Evangelhos (Mateus 27; Marcos 15; Lucas 23; João 18), revelando a profundidade da injustiça que marcou a condenação de Jesus e oferecendo reflexões profundas sobre a graça, a escolha humana e o plano divino de redenção.


1. A Identidade de Barrabás

As Escrituras apresentam Barrabás como um criminoso notório. Em Mateus 27:16, ele é descrito como um prisioneiro “bem conhecido”. Marcos 15:7 acrescenta que ele havia participado de uma rebelião, na qual cometeu assassinato. Lucas 23:19 confirma essa informação, apontando que ele foi preso por sedição e homicídio. Já João 18:40 refere-se a ele como um sequestrador ou ladrão (“lêstês”, termo grego que também pode se referir a bandido ou rebelde violento).

Ou seja, Barrabás era tudo aquilo que Jesus não era: culpado, violento, criminoso e condenado à morte. Ele era, literalmente, o tipo de homem que a justiça romana crucificava como exemplo de repressão ao crime e à desordem.


2. O Julgamento e a Escolha

Na ocasião da Páscoa, havia um costume político romano: o governador libertava um prisioneiro à escolha do povo, como forma de agradar a multidão e manter a paz durante as festas judaicas. Pilatos, que não encontrou culpa em Jesus (Lucas 23:4), viu nessa tradição uma oportunidade de soltar o Nazareno inocente.

Contudo, os principais sacerdotes e anciãos incitaram a multidão para que pedissem a libertação de Barrabás (Mateus 27:20). A multidão, influenciada pela liderança religiosa, rejeitou Jesus e escolheu um assassino. Assim, o inocente foi condenado, e o culpado foi libertado.


3. A Substituição que Revela a Graça

Essa troca escandalosa entre Jesus e Barrabás ilustra uma das verdades mais profundas do evangelho: Cristo tomou o lugar dos pecadores. Enquanto Barrabás, culpado, foi libertado sem merecer, Jesus, inocente, foi condenado sem culpa. A cruz, que era destinada a Barrabás, foi ocupada por Cristo.

Pedro não esconde essa realidade em seu discurso em Atos 3:14:


“Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida.”


Barrabás, sem dúvida, representa a humanidade pecadora. Ele não pediu para ser libertado, não demonstrou arrependimento, não reconheceu quem era Jesus — e mesmo assim, foi solto pela vontade popular e pelo sacrifício do Filho de Deus. É um retrato claro do substituto divino.


4. O Que Aconteceu com Barrabás Depois?

As Escrituras não registram o que aconteceu com Barrabás após sua libertação. Sua história termina no momento em que ele é solto. Isso deixa espaço para reflexões:

  • Será que ele voltou à sua vida criminosa?
  • Ou será que ele refletiu sobre o que acontecera e buscou redenção?
  • Ele soube que outro homem foi crucificado no lugar dele?


A Bíblia não responde. E talvez esse silêncio tenha propósito. Barrabás se torna, assim, um espelho do ser humano diante da graça de Deus: libertos sem merecimento, resta-nos decidir o que faremos com essa nova chance.


Conclusão

A biografia de Barrabás é breve, mas cheia de significado. Ela contrasta o justo e o injusto, o amor e o ódio, a aceitação e a rejeição. Barrabás simboliza todos nós — culpados, condenados, sem esperança — até que Jesus toma nosso lugar e nos concede vida.

Barrabás nos lembra que:

  • A graça de Deus é escandalosa;
  • A justiça de Deus foi satisfeita em Cristo;
  • A decisão da multidão revelou o coração humano;
  • A cruz não era para Jesus — era para nós.

E, no final, resta a pergunta: o que você fará com essa nova vida que lhe foi dada, enquanto Jesus tomou o seu lugar?

2 Comentários

Nosso compromisso é transformar cada artigo em uma fonte de inspiração. Durante o último ano, nosso site cresceu exponencialmente, e agora estamos dedicados a superar suas expectativas com conteúdo de excelência. Caso identifique qualquer erro teológico, informacional ou doutrinário, sua voz é fundamental. Deixe seu comentário abaixo, e nós agiremos imediatamente para aprimorar ainda mais os nossos conteúdos.

  1. Quais foram suas fontes de pesquisa? É sempre bom informar para que haja validade nas informações. O que você escreveu não achei em lugar algum.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Nosso compromisso é transformar cada artigo em uma fonte de inspiração. Durante o último ano, nosso site cresceu exponencialmente, e agora estamos dedicados a superar suas expectativas com conteúdo de excelência. Caso identifique qualquer erro teológico, informacional ou doutrinário, sua voz é fundamental. Deixe seu comentário abaixo, e nós agiremos imediatamente para aprimorar ainda mais os nossos conteúdos.

Postagem Anterior Próxima Postagem